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domingo, 30 de março de 2014

A PRAÇA ESTÁ VAZIA

Foto: Tunin.


A praça está vazia,
O silêncio mora ali.
Nem o gavião pia,
Eu observo daqui.

Tudo, tudo calado,
Cidade fantasma parece.
Até o bêbado, coitado!
Sob o relento perece.

Falta a voz do camelô
Que grita sem parar.
Vestido de pierrô,
Para a atenção chamar.

Não está a linda vendedora,
Que passa apressadamente,
Bela e arrasadora,
Meiga e sorridente.

Não funciona a barraca
De guloseima sortida,
Nem o velho matraca,
Que leva vida sofrida.

Anda-se livremente,
Apreciando, com graça,
O que fica ocultamente,
No agito da praça.

É domingo, graças a Deus!
Por isso a tranquilidade.
Amanhã tem os teus e os meus,
E tudo volta à normalidade.

sábado, 29 de março de 2014

POMBINHA BRANCA

Pombinha branca, Maricota,
Empoleira-se antes que anoiteça,
De lá soltou sua bolota,
E caiu na minha cabeça.

A minha camisa manchou,
A safada da pombinha,
E ela em mim deixou,
A sua marca bem fininha.

Nem me deu atenção.
Permaneceu tranquilamente.
Fiquei com cara de bufão,
Fiz um lamento, somente.

Dei-lhe boa noite, entrei,
Para contar o acontecido,
uma surpresa encontrei,
Meu irmão aborrecido.

Ele também fora vítima,
Das bolotas da pombinha,
Mas não há coisa mais legítima,
Que amar essa criaturinha.

De manhã já acordado,
Sai pra ver sua carinha.
Ela, porém tinha voado.
E só sobrou sujeirinhas.

Eta pombinha fantástica!
Rufla as asas, vai embora.
Deixa saudade drástica,
Sem dizer que hora volta.

quinta-feira, 27 de março de 2014

O PALHAÇO

Lá vem o palhaço
Com seu enorme nariz,
Fazendo barulhaço,
Na criança feliz.

Seu nome é Folgado,
Vive a vida sorrindo.
Sempre acalorado,
Seja bem-vindo!

Em suas várias piruetas,
Há uma criança a sorrir.
Sua face, careta.
Faz-nos divertir.

Seu cabelo palha de aço,
Para chamar a atenção.
É a personagem palhaço,
Que vem ao coração.

Saudades da infância,
Do circo Nerino.
Que na sua elegância,
tinha palhaço franzino.

Hoje tudo mudou.
A garotada assiste ficção.
O palhaço até emigrou,
E é visto na televisão.

O palhaço é uma criança,
Que vive na criança da gente.
Pula, cai, roda, balança.


Para fantasiar a nossa mente.

terça-feira, 25 de março de 2014

MEU PEDAÇO DE CHÃO




No meu pedaço de chão,
Terra de minha infância.
Nas brincadeiras de então,
Ganhei força e tolerância.

Pés descalços, areia quente.
Sol brilhante, satisfação.
Filtro solar incoerente,
Sem problema a insolação.

Não havia carros na rua,
Só gritaria de criança.
À noite corríamos sob a lua,
Hoje a saudosa lembrança.

Minha terra, meu sertão.
O rancho na beira do rio.
Lá ficou meu coração,
Quando me lembro, arrepio.

Faz tempo não vou lá.
Quero rever minha cidade.
O peito partido de cá,
Guarda quieta a saudade.

segunda-feira, 24 de março de 2014

ACENDI MEU FIFÓ


Acendi meu fifó,
Na mesa de cabeceira.
Para arrumar o meu lençol,
Que veio da tintureira.

Não havia no sertão,
Energia, meu senhor.
A luz de combustão,
Às vinte e duas se apagou.

Não é boa a escuridão,
Por isso usei o meu fifó,
Para trazer a claridão,
Como se fosse luz do sol.

Meu fifó está presente,
Clareando minha leitura.
Sua chama ardente,
Dissipa a noite escura.

O fifó de estimação,
Com o tempo se acabou,
Mas guardo no coração,
A relação que ficou.




FIFÓ = pequeno lampião de querosene. Termo muito usado no nordeste.

sábado, 22 de março de 2014

SE OLHO...



Se olho no teu olhar,
Vejo a sensibilidade do ser.
Se olho na tua face,
Dá-me vontade de viver.
Se olho o teu sorriso,
Sinto de perto o enlace.
Se olho o teu cabelo,
Passo a mão e aliso.
Se olho no teu andar,
Vejo o jeito de seduzir.
Se olho no teu corpo,
Quero nele sumir.

quinta-feira, 20 de março de 2014

OUTONO

Chega o outono austral,
Logo após o quente verão.
O amarelar das folhas é florestal,
Característica desta estação.

As árvores ficam desfolhadas,
Para que não venham morrer.
No frio do inverno suas folhas são queimadas,
E sem respiração, não têm como sobreviver.

E assim as folhas se vão,
Mas a árvore sua vida preservou.
Caíram inertes, sujaram o chão,
E disse a planta, viva estou!

É a sábia natureza,
Que nos ensina o viver,
O que nos causa aspereza,
Descarta-se, para nos proteger.


quarta-feira, 19 de março de 2014

A LUA

Debrucei-me na janela,
Para ver a lua flutuar.
Fitava aquela coisa bela,
Querendo nela pousar.

Ela, a terra mirava,
Entre estrelas no infinito.
O romantismo brotava,
Como se fosse requisito.

Logo veio a densa nuvem,
E a lua se escondeu.
O seu brilho fiquei sem,
E a saudade, em mim, bateu.

Pensando em retornar,
Olhei para dentro de mim,
A lua há de voltar.
Como a poesia, não tem fim.

segunda-feira, 17 de março de 2014

O HOMEM E A CANOA

Lá no meio do rio,
O homem e a canoa,
Sol quente, o desafio,
Deseja uma garoa.

Passa horas a lançar,
Sua tarrafa na esperança,
de logo a rede balançar
com peixes vivos, em dança.

Mas o rio não está pra peixe,
E o que vem é a tal da baronesa,
Que como intrusa, em feixe,
Causa no homem, tristeza.

O pobre do pescador,
Rosto queimado do sol,
Pede ao céu que tenha dó
E traga-lhe o arrebol.

E o dia vai passando
sobre as águas poluídas do Cachoeira,
O homem choroso, pensando,
Nada tenho na algibeira!



 Poesia sugerida pela amiga Edilene Vieiras para ser postada no facebook.

sexta-feira, 14 de março de 2014

A POESIA


Poesia é inspiração,
Alma, alegria, revelação.
Que enche de paz e afirmação,
O sentimento de um coração.

A poesia é uma criança
Que nasce do pensar do seu autor.
A muitos ela alcança,
Traduzindo graça e fulgor.

É o lírico onde coisas acontecem,
Dependendo do olhar do leitor.
De imaginações férteis florescem,
O que leva o íntimo do escritor.

O bom da poesia é a liberdade,
Pois a palavra é a mercadoria.
A gramática sem rigor à fidelidade,
Nem é preciso simetria.

Ela desperta sentimento.
Enaltece e encoraja a alma.
Envolve o momento,
Com tranquilidade e calma.




Aos meus amigos do Blogger, aviso que estou voltando aos poucos, na medida das possibilidades. Obrigado pela atenção de todos.